LAURA MEDICINE

Monitora a biota hospitalar, visando a demonstrar o comportamento das bactérias nos ambientes assistenciais, com objetivo de apresentar um perfil de multirresistência.

Monitora as prescrições médicas, visando a alertar o chefe do CCIH sobre uso inadequado de antibióticos ou qualquer tipo de medicação.

Também monitora pacientes críticos durante o período de prescrição médica, gerando alertas dos horários de ingestão da medicação e solicitando confirmação pelo paciente.

A Multirresistência causa o aparecimento das superbactérias, resultado do uso inadequado de antibióticos, que levam a mutações genéticas, tornando as bactérias resistentes à maioria destes medicamentos e diminuindo assim a sua ação.Em todo o mundo, observa-se uma grande quantidade de óbitos em decorrência de infecções por superbactérias, principalmente nos países mais pobres. Isso ocorre porque, em muitos desses lugares, não há instalações adequadas para a identificação rápida desses organismos, além de possuírem poucos antibióticos alternativos para o tratamento de bactérias resistentes.

A resistência das superbactérias é responsável atualmente pela morte de 700 mil pessoas por ano e a estimativa para 2050 é desse número aumentar para 10 milhões, o equivalente a uma morte a cada três segundos. Isso é bem próximo do número de mortes por ano da Segunda Guerra Mundial.

Essas superbactérias surgem em razão do uso de uma grande quantidade de antibióticos de forma desnecessária ou de maneira incorreta, e todas elas constituem um grave problema para o ambiente hospitalar, uma vez que atacam pacientes com doenças graves ou extremamente debilitados.

Há vários motivos que contribuem para o surgimento dessas bactérias, desde não lavar as mãos até a falta de saneamento público, que exigem grandes investimentos ou mudança cultural, o que todos sabem, são processos de longo prazo.
Entretanto, há medidas que estão estritamente no âmbito médico-hospitalar, que podem gerar impactos a médio ou curto prazos.

A primeira medida é dar poder às comissões de controle de infecção hospitalar para instalação de um programa de controle de antibióticos. Evidentemente, no Brasil, pouquíssimos hospitais têm equipamentos para identificar exatamente qual bactéria está provocando a infecção, e o antibiótico adequado para combatê-la. Por isso, na maioria das vezes, os médicos prescrevem com base apenas no exame clínico. E a cada vez que essa tentativa dá errado, não só as bactérias que provocam a doença, mas todas as bactérias que povoam o organismo desse paciente desenvolvem resistência ao antibiótico.

Estas comissões, apoiadas pela tecnologia de Data Analytics, têm condições de fazer uma análise das prescrições, visando avaliar o possível resultado de cada prescrição, em relação a cada sintoma ou bactéria detectada, permitindo a estas comissões estudar o impacto dessas prescrições médicas genéricas no fortalecimento de bactérias comuns em cada paciente.

Além disso, há possibilidades de um olhar minucioso sobre a prescrição, orientado sobre a dosagem da medicação, pois está constatado que subdoses ou superdoses também contribuem significativamente para o surgimento das superbactérias.

A segunda medida é monitorar um erro muito comum no uso da medicação pelos pacientes, que contribui para o desenvolvimento de resistência bacteriana: subdoses provocadas por períodos de tratamento insuficiente. Monitorar os pacientes em uso desse tipo de medicação, visando influenciar as doses nos horários corretos e no prazo adequado, trará grandes avanços para diminuição das resistências bacterianas que surgem por estas causas.

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